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Uma crítica à Base Nacional Comum Curricular (BNCC)


A BNCC é um documento normativo que serve para orientar os currículos no Brasil. Ela foi desenvolvida sob a promessa de melhorar a educação, criando uma padronização do currículo escolar no Brasil. Ora, na época, assim como hoje, é evidente que a falta de padronização de currículos não era, assim como não é, um dos nossos problemas mais relevantes do nosso sistema educacional. Afinal, operações matemáticas básicas ainda constam neles e permanecem ignoradas pela maioria dos nossos estudantes.


Nesse ano, julguei conveniente dedicar alguns dias à leitura desse documento. Tinha baixas expectativas, mas consegui ser surpreendido. Texto verborrágico, prolixo e carente de foco. Objetivos pedagógicos irrealistas e extremamente difíceis de avaliar se foram ou não atingidos. Muita ênfase em atitudes para pouca discussão de conteúdo.


Falta uma noção de hierarquia dos conteúdos. As discussões apresentadas, desde os anos iniciais, versam quase exclusivamente a respeito de competências críticas complexas. O problema é que tudo exige pré-requisitos básicos — fluência leitora, domínio da escrita e de fundamentos matemáticos —, elementos negligenciados no documento.


Sinceramente, quem acusa a BNCC de ser uma espécie de "camisa de força" para os currículos escolares não leu o documento. O texto é extremamente vago e pode ser interpretado de maneiras bastante diversas. Tendo em vista a baixa qualidade das ideias que inspiram a BNCC, talvez essa seja até uma virtude do documento.


O problema do ensino no Brasil não reside num problema de currículo, mas de execução. De distância entre a palavra escrita e a realidade. O papel aceita qualquer coisa, a realidade dura se impõe. Precisamos do básico bem feito, da matemática básica, da leitura e da adequação de conhecimento do estudante ao seu ano escolar.

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